Artigos | Centro Universitário Farias Brito 

Artigos

24/06/2011

O HOMEM E A ENERGIA

Prof. Tales de Sá Cavalcante

Após a catástrofe no Japão, o mundo, cada vez mais tecnológico e, por isso, dependente de energia, questiona sua obtenção a partir do átomo.

Deveríamos acabar de vez com as usinas nucleares? Impossível. Ainda há países dependentes da energia atômica. A França, por exemplo, tem cerca de 80% da sua energia de origem nuclear. O Japão não tem, no momento, outra solução. A Alemanha, corajosamente, iniciou um plano que fechará, gradualmente, suas usinas nucleares até 2022. A Itália referendou a extinção da energia atômica.

O tema é controverso. Existem defensores da energia nuclear que a consideram “limpa”. Estes alegam que, se um grande terremoto atingisse Itaipu, teríamos uma catástrofe, além dos impactos ambientais causados pela construção, como no caso da Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e de outras a serem erguidas no Pantanal. Os contrários às usinas nucleares acham que os desastres de outras usinas ceifam vidas no momento do desastre, e, no caso da usina nuclear, mortes ocorrem a longo prazo, como em Chernobyl.

O desastre no Japão nos leva a buscar energias que não sacrifiquem vidas. Vários meios alternativos já existem ou estão em pesquisa. A energia dos freios de carros da Fórmula 1 já é reaproveitada. As energias eólica e solar estão a se desenvolver. Já se estuda o aproveitamento da energia das ondas do mar.

Em Harvard, estudantes de Engenharia criaram uma bola de futebol que, depois do chute, adquire energia, e esta se armazena numa bateria, que pode ser usada para carregar o celular. Já se usa a bola na África, e os alunos buscam sua viabilização comercial.

Segundo o jornalista Gilberto Dimenstein, na cidade de Calgary, Canadá, garante-se o abastecimento do transporte público por energia eólica, e, em Linköping, Suécia, esse transporte é movido com as sobras dos restaurantes. Na Dinamarca, as famílias, ao produzirem a energia que consomem, ganham dinheiro do governo. Para Dimenstein, “quanto mais inteligente a cidade, mais se usa a tração humana; em Cambridge, pode-se fazer quase tudo a pé ou de bicicleta”, veículo cada vez mais utilizado no planeta.

Bill Clinton afirmou à Veja que a China se esforça para mudar sua matriz energética, ao apostar tudo na energia solar. Para ele, o Brasil precisa escolher energias mais compatíveis com a sustentabilidade.

O engenheiro iteano Fernando Mendonça sonha em coordenar, no Ceará, um projeto que traria de volta seus conterrâneos formados no ITA. Trata-se da sonhada fotossíntese artificial, na qual o homem, mais uma vez “brincando de Deus”, criaria artificialmente a energia que a planta gera ao receber energia solar e, ainda, como os vegetais, absorveria o gás carbônico ao receber a gratuita luz do Sol.

A solução talvez seja não se acomodar, pesquisar, ter fé no talento humano e seguir D. Helder Câmara, quando dizia: “Quanto mais difíceis são os obstáculos, mais apaixonantes são os desafios.”

Veja mais

09/02/2023
( Professor Tales M. de Sá Cavalcante. )
12/01/2023
( Professor Tales M. de Sá Cavalcante. )
15/12/2022
( Professor Tales M. de Sá Cavalcante. )
17/11/2022
( Professor Tales M. de Sá Cavalcante. )
20/10/2022
( Professor Tales M. de Sá Cavalcante. )